O Desenvolvimento do Apego na Criança – Persistência e influência dos modelos (1 a 3 anos)

PERSISTÊNCIA E INFLUÊNCIA DOS MODELOS (1 A 3 ANOS)

Estudos longitudinais têm demonstrado que os padrões de apego de uma criança, aos doze meses, são altamente estáveis e persistem com poucas mudanças até os três anos de idade.

    • Crianças percebidas com apego seguro aos doze meses são percebidas aos três anos como mais espertas, cooperativas, queridas e fáceis de lidar.
    • Crianças com apego ansioso ambivalente são percebidas como afetivamente distantes, hostis e ao mesmo tempo precisando de muita atenção.
    • Crianças com apego ansioso evitador são percebidas como requerendo contínua atenção, com baixa tolerância à frustração, e as vezes passivas e incapazes.
    • Mães cujos bebês estavam seguramente apegados aos doze meses, aos dois anos tratavam seus filhos com apoio atento e sensível, respondendo tanto ao sucesso quanto aos fracassos, estimulando a crianças de forma positiva. Essa crianças se mostravam mais entusiasmadas, cooperativas e persistentes, atentas às sugestões maternais.
    • Mães de crianças com apego ansioso tratavam a criança de forma menos atenta ou sensível; algumas davam respostas tardias ou inúteis, outras ignoravam seus filhos ou rejeitavam seus pedidos de ajuda.

A classificação do apego, embora baseada somente no comportamento da criança, reflete a história da sensibilidade de quem cuida dela. A qualidade que de início pertence a uma relação e dele emerge, com o passar do tempo se torna qualidade intrínseca do indivíduo.

DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE RELACIONAMENTO (A PARTIR DE 4 ANOS)

A partir dos quatro anos a criança começa a desenvolver habilidades de relacionamento interpessoal com outras crianças. Através do contato com os irmãos e colegas a criança desenvolve em maior ou menor grau uma série de competências ou capacidades necessárias para conviver com outras pessoas de idade e status semelhante, tais como:

    • Capacidade de se comunicar, tanto de ouvir o outro quanto de se expressar com clareza e adequação.
      Capacidade de lutar, ser ativo e persistente na defesa das próprias necessidades; aprender a vencer e a perder.
    • Capacidade de perceber as necessidades do outro e respeita-las; cooperar, agir em grupo.
    • Capacidade de brincar e ter lazer com outras pessoas.
    • Capacidade de lidar com inveja e ciúme de maneira adequada.
    • Capacidade de usar a agressividade de maneira funcional e não destrutiva.

Crianças com uma boa relação com suas figuras de apego têm maior probabilidade de ter um desenvolvimento social e afetivo adequado com outras crianças de idade semelhante, com conseqüências futuras significativas.

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Madalena Borges

ESPECIALISTA EM CASAIS E FAMILIA PELA UNIFESP, ESPECIALISTA EM SEXUALIDADE HUMANA PELA USP, ANALISTA PSICODRAMÁTICA PELA EPP. madalena@socorropsiquico.com.br

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