O Desenvolvimento do Apego na Criança – Internalização dos Modelos

INTENALIZAÇÃO DOS MODELOS

Cada modelo uma vez desenvolvido, tende a persistir, porque a maneira como os pais tratam a criança tende a permanecer a mesma, a menos que haja uma influência renovadora que venha a modificar as circunstâncias desse trato. O modelo, uma vez esboçado, tende a ser autoperpetuante porque leva a criança a agir de maneira que o confirma.

    • Uma criança com apego seguro é mais feliz, menos exigente, não exaure os pais ou outros adultos com demandas contínuas ou excessivas nem os afasta com frieza. Portanto é mais bem aceita. Além disso, é clara e não ambivalente ao mostrar seu amor pelos pais e pouco os rejeita; o afeto que demonstra é um poderoso reforço para os sentimentos amorosos dos pais.
    • Uma criança com apego ansioso, ambivalente e grudenta vive controlando o comportamento dos pais e os sobrecarrega (assim como outros adultos) com demanda de atenção contínua. É uma criança que choraminga, reclama e raramente parece satisfeita; porque sempre espera ser frustrada, tem baixa tolerância a frustração, é sujeita a medos e fobias. Ela desencadeia nas pessoas a sua volta sentimentos de incompetência e auto-estima baixa naqueles que a amam, assim como reações de impaciência e rejeição.
    • Uma criança com apego ansioso evitador tende a ser distante e rejeitar as proximidades amorosas dos outros; pede pouco ou de forma incoerente, portanto recebe pouco e mantém-se carente. Não desperta sentimentos amorosos, porque também não os demonstra, não mostra alegria ao ser amada porque não acredita ser amada. Por não receber empatia não tem empatia pelos outros, mostrando-se implicante e agressiva com outras crianças estimulando a rejeição.


Nos dois modelos de apego ansioso, o comportamento habitual da criança tende a estimular respostas desfavoráveis por parte dos pais, professores e outras crianças; mais tarde, de outros adultos e colegas; como decorrência, se estabelece um circulo vicioso. Com o passar do tempo o padrão de apego vai se internalizando, se tornando propriedade da personalidade da criança, diminuindo a flexibilidade a novas experiências.

Um modelo representacional seguro pressupõe que o sujeito perceba de si próprio não só como merecedor, mas também capaz de conseguir apoio e conforto quando sentir necessidade, e que perceba o outro como psicologicamente disponível e receptivo.

Um modelo representacional inseguro ambivalente ou evitador, pressupõe que o sujeito antecipe rejeição ou atendimento inconstante por parte das figuras de apego, e que tenha uma auto-imagem marcada por baixa auto-estima, pouco eficiência para conseguir o apoio e a atenção desejada.

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Madalena Borges

ESPECIALISTA EM CASAIS E FAMILIA PELA UNIFESP, ESPECIALISTA EM SEXUALIDADE HUMANA PELA USP, ANALISTA PSICODRAMÁTICA PELA EPP. madalena@socorropsiquico.com.br

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